quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce

meu poema

feito de gomos de saudade

minha pena

pesada e leve

secreta e pura

minha passagem para o breve breve

instante da loucura.



Minha ousadia

meu galope

minha rédea

meu potro doido

minha chama

minha réstia

de luz intensa

de voz aberta

minha denúncia do que pensa

do que sente a gente certa.



Em ti respiro

em ti eu provo

por ti consigo

esta força que de novo

em ti persigo

em ti percorro

cavalo à solta

pela margem do teu corpo.



Minha alegria

minha amargura

minha coragem de correr contra a ternura.



Por isso digo

canção castigo

amêndoa travo corpo alma amante amigo

por isso canto

por isso digo

alpendre casa cama arca do meu trigo.



Meu desafio

minha aventura

minha coragem de correr contra a ternura.



José Carlos Ary dos Santos

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